A Santa Inês (fragmento)
Cordeirinha linda,(a)
como folga o povo(b)
porque vossa vinda(a)
lhe dá lume novo!(b)
Cordeirinha santa,(c)
de Iesu querida,(a)
vossa santa vinda(a)
o diabo espanta.(c)
Por isso vos canta(c)
com prazer o povo,(b)
porque vossa vinda(a)
lhe dá lume novo.(b)
Nossa culpa escura(d)
fugirá depressa,(e)
pois vossa cabeça(e)
vem com luz tão pura.(d)
Vossa formosura(d)
honra é do povo,(b)
porque vossa vinda(a)
lhe dá lume novo.(b)
.....................................................................
(José de Anchieta)
Vocabulário:
Iesu – versão arcaica, medieval de Jesus.
Folga – se alegra.
Lume – luz ( orientação, guia)
****************
José de Anchieta exalta a figura de Santa Inês(considerada um modelo exemplar, porque se submeteu ao sacrifício em nome da sua crença) e incentiva o povo a praticar a fé religiosa cristã. Trata-se de uma literatura jesuítica, preocupada com a conversão dos índios e a manutenção do catolicismo entre os colonos.
Comentários sobre o poema
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Poema em quadras(quatro versos em cada estrofe), com versos curtos (cinco sílabas- redondilha menor), de cunho bem popular, dão ritmo ligeiro ao texto poético, retomando a métrica das poesias medievais( reminiscências da técnica trovadoresca: repetição de assunto e verso), comprovando a total indiferença do religioso ao Renascimento que naquele momento ocorria na Europa.
Não há um esquema rígido em relação à rima: ela é irregular e muitas vezes apenas toante( repetição de vogais a partir da sílaba tônica), conforme indicação no texto. A linguagem é clara(essencialmente ingênua de conteúdo simples, direto, sem complexidade) favorecendo o envolvimento do ouvinte, com a finalidade de sensibilizá-lo para a mensagem religiosa.. O uso do refrão, grifado no texto, favorece a aproximação com o canto e a dança, permitindo assim uma musicalidade, de fácil execução e memória.
O poema fala do confronto entre o bem e o mal de forma bem convincente: a chegada de Santa Inês espanta o Diabo e, graças a ela, o povo revigora a sua fé. A quarta estrofe está centrada em uma oposição, a partir da antítese ( exposição de ideias opostas) apresentada: culpa escura/ luz tão pura. A luz que ilumina o espírito espantará a culpa escura(o pecado).Essa preferência por enfatizar os extremos pode ser considerada, implicitamente, uma característica pré-barroca.
muito obrigada,gostei muito das informações.
ResponderExcluirAnônimo diz:
ResponderExcluirmuito obrigada,gostei muita das informações.
Muito interessantes esses comentários. Gostei bastante e vou usá-los em minha aula. Muito agradecida. Lúcia.
ResponderExcluirmuito obrigada! me ajudou muito no meu trabalho escolar! valeeuuu mesmo!!!
ResponderExcluirMuito obrigado, precisava de uma análise desse poema pra aula de literatura do 1º ano, me ajudou muito!
ResponderExcluirObrigada!precisava da análise para o trabalho da escola
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