Moraliza o poeta nos ocidentes do sol a inconstância dos bens do mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,
Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,
Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
A poesia de Gregório de Matos guarda alguns traços marcantes da poética renascentista: trata-se de um soneto (14 versos, distribuídos em 2 quartetos e 2 tercetos), cuja temática está centrada na reflexão moral e filosófica – o título longo e explicativo da poesia , que é uma característica barroca, evidencia o caráter moralizante do texto.
Comentários sobre o poema
Para receber o conteúdo completo (análise do poema), entre em contato através do e-mail:
literaturacomentadablog@gmail.com
Comentários sobre o poema
Para receber o conteúdo completo (análise do poema), entre em contato através do e-mail:
literaturacomentadablog@gmail.com
Obs: Este Blog não possui patrocinadores. Contribua para mantê-lo atualizado.
O esquema de rima é ABBA, ABBA, CDC e DCD. Os versos são decassílabos heróicos. Existe um outro tipo de verso decassílabo. Ele se chama sáfico e apresenta tonicidade na 4.ª, 8.ª e 10.ª sílabas. Seu esquema rítmico é 10 (4-8-10). Façamos uma releitura dos versos 2 e 3. Podemos verificar que esses dois versos oscilam sua acentuação: tanto podem ser considerados heróicos quanto sáficos, pois também poderíamos metrificá-los desta forma:
De / pois / da / LUZ / se / (SE) / gue a / NOI / te es/ CU / (ra)
Em/ tris / tes /SOM /bras/(MOR)/ re a /FOR / mo / SU / (ra)
O esquema rítmico, neste último caso, conservaria um acento secundário, menos forte, na 6. ª sílaba. Podemos dizer que nesses dois versos ocorre uma tensão métrica. O mesmo fato vai ocorrer no 1. º terceto, no verso 10. A tensão – que pode ocorrer no plano da métrica ou em outros planos – é um fenômeno que enriquece um poema, por ampliar seu campo de significação.
O texto trata da transitoriedade da vida, da efemeridade das coisas do mundo, tema bastante caro ao barroco. O poeta utiliza como exemplos da transitoriedade da vida o Sol que não dura mais que um dia, a noite que segue a luz, a beleza que acaba em tristes sombras e a alegria que se transforma em tristeza. É um poema predominantemente conceptista, argumentativo.
Logo na 1ª estrofe, o poeta trabalha com uma característica barroca: o pessimismo, isto é, uma visão negativa para as coisas do mundo e acentua os contrastes através de antíteses (Sol / noite; luz / sombra; alegria / tristeza). O poeta faz considerações sobre a condição humana, diante das instabilidades do mundo. O caráter aflitivo é representado pelos hipérbatos (inversões sintáticas que denotam a desordem do pensamento): ´´Depois da luz, se segue a noite escura``; ´´Em tristes sombras morre a formosura`` e ´´Em contínuas tristezas, a alegria`` (verso marcado pela elipse de um termo: morre, artifício muito comum durante a época barroca.).
Na 2ª estrofe, outra característica do estilo barroco é apresentada: a dúvida, a incerteza, marcadas pelo paralelismo construído através das interrogações – só contém perguntas sem respostas.
A consciência angustiante da fugacidade da vida, da brevidade das alegrias e da passagem do tempo que tudo destrói são expressas nas últimas estrofes por meio de paradoxos ( antítese levada ao extremo – ideias que se chocam, ideias aparentemente absurdas) , onde o poeta funde os opostos :´´E na alegria sinta-se tristeza `` (3ª estrofe) o que gera o verso-síntese: ´´A firmeza somente na inconstância``( 4ª estrofe).
Sendo assim, depois de demonstrar a efemeridade das coisas do mundo, o poeta afirma que a única coisa firme, constante, é o fato de nada ser constante.
blog maravilhoso!!!!
ResponderExcluirBlog maravilhoso!!! [2]
ResponderExcluirme ajudou muitoooo...
Muito obrigado, me ajudou muito!
ResponderExcluirme ajudou muito de verdade no trabalho da escola sobre esse belo poema sobre a antitese valeu escritor.....
ResponderExcluirEXCELENTE análise, muito útil.
ResponderExcluirrealmente me ajudou muito na interpretação desse poema tão lindo e tão complexo como a maioria das poesias de autoria de Gregorio de Matos!
Continue assim!
Amei a analise....muitoooo obrif=gado msm!!!!!!
ResponderExcluirContinue com esse trabalho!!!!!!
essa analise me ajudou em um trabalho acadêmico!!!
Ameiii................. Fui
2010.............
Excelente a sua análise. Consegui visualizar as características do Barroco muito claramente. Espero que possa continuar ajudando aos outros e a mim. Um forte abraço.
ResponderExcluirobrigad me ajudou bastante!!!!estava um pouco pewrdida com algumas conceituaçôes!!!!!
ResponderExcluirObrigada Mesmo.
ResponderExcluirMe deu mal apoio em minha atividade!
parabéns ao blog, tb me ajudou muito vlw ;D
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluirGostaria de esclarecer com vc a passagem em que ocorre a disseminacao e recolha
analise muito bem elaborada, explicaçao clara e objetiva parabens!
ResponderExcluirÓtima Análise, me ajudou muito!
ResponderExcluirO blog é muito bom!
ResponderExcluirMe auxiliou, e tirou algumas duvidas!
obrigada
Sem comentários... falou tudo, #partiu passar na Federal
ResponderExcluirAdorei ampliar meus conhecimentos...
ResponderExcluirOBRIGADO ME AJUDOU MUITO EM UM TRABALHO DE PORTUGUES.
ResponderExcluirAnálise muito bem elaborada. Muito boa. parabéns!!!!
ResponderExcluirRealmente muito boa análise!
ResponderExcluir