São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão resaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nelle é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, vindo a falecer na mesma cidade, em 1935, com apenas 47 anos. Órfão de pai ainda criança, passou a infância e a adolescência em Durban, na África do Sul, onde obteve educação inglesa, tornando-se um poeta bilíngue. Em 1905, prestes a ingressar na Universidade do Cabo, precisou voltar para Lisboa. Lá chegou a iniciar o Curso Superior de Letras, abandonando-o para instalar uma tipografia, que fracassou. Trabalhou obscuramente como correspondente estrangeiro – redator de cartas comerciais em inglês e francês –, atividade modesta, que acabou por sustentá-lo a maior parte da vida.
Embora tenha participado intensamente das publicações do Modernismo português, seu único livro publicado em vida foi Mensagem, obra com a qual participou de um concurso de poesia do Secretariado da Propaganda Nacional, em Lisboa, em 1934, pouco antes de morrer. O prêmio de segunda categoria que lhe deram, nessa última experiência literária, mostra o quanto não foi reconhecido em vida, embora tenha dedicado toda ela à arte e à poesia. Milhares de páginas têm sido escritas sobre sua criação, uma das maiores do século XX, ao lado de Eliot, Rilke, Pound, Lorca e alguns outros.
Embora tenha participado intensamente das publicações do Modernismo português, seu único livro publicado em vida foi Mensagem, obra com a qual participou de um concurso de poesia do Secretariado da Propaganda Nacional, em Lisboa, em 1934, pouco antes de morrer. O prêmio de segunda categoria que lhe deram, nessa última experiência literária, mostra o quanto não foi reconhecido em vida, embora tenha dedicado toda ela à arte e à poesia. Milhares de páginas têm sido escritas sobre sua criação, uma das maiores do século XX, ao lado de Eliot, Rilke, Pound, Lorca e alguns outros.
Além de Mensagem, escreveu Poemas completos de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis, Poesias de Álvaro de Campos, Poemas dramáticos, Poesias coligidas, Quadras ao gosto popular, Novas poesias inéditas. Em prosa, suas obras são: Páginas de Doutrina Estética, A nova poesia portuguesa, Análise da vida mental portuguesa, Apologia do paganismo e Páginas íntimas e de auto-interpretação.
Poeta filósofo, sutil e complexo, Fernando Pessoa escreve em redondilhas rimadas, fundamentalmente procurando reunir o “sentir” e o “pensar” (“ O que em mim sente ´stá pensando”). A inquietação, a necessidade de compreender todas as coisas, a busca constante da consciência, que inclui saber ser ela uma impossibilidade, constituem algumas das características fundamentais de sua obra.
Fernando Pessoa é o poeta que conjuga lucidez e vidência, que se coloca entre o pendor para a paixão, o sonho, a entrega mágico-poética aos mistérios e a postura analítico-racional, de constante indagação crítica. Assim, fragmentou-se, multiplicou-se, reinventou-se, convivendo em profundidade com todas as grandes contradições do nosso tempo e recriando-as poeticamente, numa das monumentais obras-primas da poesia do século XX.
Mensagem é sua obra em versos, ao mesmo tempo, líricos e épicos. Está dividida em três partes: I – Brasão; II – Mar Portuguez; III – O Encoberto. Nela, Pessoa recria a História de Portugal, a partir de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Escrita no período neoclássico (século XVI), Os Lusíadas é considerada a maior epopeia existente em língua portuguesa, tendo imortalizado a glória e a soberania de Portugal, no período da expansão ultramarina.
Poeta filósofo, sutil e complexo, Fernando Pessoa escreve em redondilhas rimadas, fundamentalmente procurando reunir o “sentir” e o “pensar” (“ O que em mim sente ´stá pensando”). A inquietação, a necessidade de compreender todas as coisas, a busca constante da consciência, que inclui saber ser ela uma impossibilidade, constituem algumas das características fundamentais de sua obra.
Fernando Pessoa é o poeta que conjuga lucidez e vidência, que se coloca entre o pendor para a paixão, o sonho, a entrega mágico-poética aos mistérios e a postura analítico-racional, de constante indagação crítica. Assim, fragmentou-se, multiplicou-se, reinventou-se, convivendo em profundidade com todas as grandes contradições do nosso tempo e recriando-as poeticamente, numa das monumentais obras-primas da poesia do século XX.
Mensagem é sua obra em versos, ao mesmo tempo, líricos e épicos. Está dividida em três partes: I – Brasão; II – Mar Portuguez; III – O Encoberto. Nela, Pessoa recria a História de Portugal, a partir de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Escrita no período neoclássico (século XVI), Os Lusíadas é considerada a maior epopeia existente em língua portuguesa, tendo imortalizado a glória e a soberania de Portugal, no período da expansão ultramarina.
No diálogo intertextual que Fernando Pessoa estabelece com Os Lusíadas para escrever Mensagem, percebe-se que o objetivo maior desta obra é restabelecer a grandeza messiânica da pátria, conquistada na época de Camões por meio das Grandes navegações Marítimas, e nunca mais recuperada. Em sua atmosfera mitopoética, visionária, Mensagem busca resgatar a glória e a soberania portuguesas, vendo a pátria predestinada a realizar um destino superior, tão nobre quanto o realizado no século XVI, mas de natureza metafísica, espiritual: a criação da Grande Poesia.
“Mar portuguez” é uma das mais belas composições de toda a obra de Fernando Pessoa. Nela, o poeta sintetiza, de forma brilhante, os elementos fundamentais no questionamento das Navegações: a dor, o preço pago para que o mar se tornasse português e a pergunta vital – “Valeu a pena?”.
Comentários sobre o poema
Atividades propostas
c) Segundo o texto, quais foram os sofrimentos vividos pelos portugueses para que o mar fosse conquistado?
d) Explique o sentido dos versos finais do texto: “Deus ao mar o perigo e o abysmo deu, Mas nelle é que espelhou o céu.”
e) Identifique as palavras usadas no poema que, por sua grafia, revelam que a aventura náutica portuguesa refere-se a um passado longínquo.
O poema tem um tom filosófico, épico, elegendo como interlocutor o mar: espaço infinito, de expansão e de aventuras. Faz um balanço histórico com ele, reconhecendo a dor e, também, a necessidade de ultrapassá-la, quando o que importa é o Ideal. Em versos alternadamente de dez e oito sílabas poéticas, com rimas emparelhadas (aabbcc), as duas estrofes de seis versos que constituem o poema exibem alguns elementos essenciais da releitura de Os Lusíadas presente em Mensagem. Sua temática se aproxima da do episódio camoniano do Velho do Restelo, em que se denuncia o imenso sacrifício imposto ao povo pela aventura ultramarina:
“ Em tão longo caminho e duvidoso
Por perdidos as gentes nos julgavam.
As mulheres e`um choro piedoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mãe, esposas, irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia, acrescentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo.”
Julgando-os perdidos, mães, esposas, irmãs choravam antecipadamente a morte de seus parentes; as lágrimas eram tantas que se igualavam em quantidade aos grãos de areia:
“ A branca areia as lágrimas banhavam,
Que a multidão com elas se igualavam.”
“Mar portuguez” é uma das mais belas composições de toda a obra de Fernando Pessoa. Nela, o poeta sintetiza, de forma brilhante, os elementos fundamentais no questionamento das Navegações: a dor, o preço pago para que o mar se tornasse português e a pergunta vital – “Valeu a pena?”.
Comentários sobre o poema
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literaturacomentadablog@gmail.com
Obs: Este Blog não possui patrocinadores. Contribua para mantê-lo atualizado.
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Atividades propostas
a) Por que é possível afirmar que o título do poema
enfatiza a vocação marítima de Portugal?
b) Que efeito de sentido
produz o uso da primeira pessoa do plural no terceiro
verso da primeira estrofe?
c) Segundo o texto, quais foram os sofrimentos vividos pelos portugueses para que o mar fosse conquistado?
d) Explique o sentido dos versos finais do texto: “Deus ao mar o perigo e o abysmo deu, Mas nelle é que espelhou o céu.”
e) Identifique as palavras usadas no poema que, por sua grafia, revelam que a aventura náutica portuguesa refere-se a um passado longínquo.
O poema tem um tom filosófico, épico, elegendo como interlocutor o mar: espaço infinito, de expansão e de aventuras. Faz um balanço histórico com ele, reconhecendo a dor e, também, a necessidade de ultrapassá-la, quando o que importa é o Ideal. Em versos alternadamente de dez e oito sílabas poéticas, com rimas emparelhadas (aabbcc), as duas estrofes de seis versos que constituem o poema exibem alguns elementos essenciais da releitura de Os Lusíadas presente em Mensagem. Sua temática se aproxima da do episódio camoniano do Velho do Restelo, em que se denuncia o imenso sacrifício imposto ao povo pela aventura ultramarina:
“ Em tão longo caminho e duvidoso
Por perdidos as gentes nos julgavam.
As mulheres e`um choro piedoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mãe, esposas, irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia, acrescentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo.”
Julgando-os perdidos, mães, esposas, irmãs choravam antecipadamente a morte de seus parentes; as lágrimas eram tantas que se igualavam em quantidade aos grãos de areia:
“ A branca areia as lágrimas banhavam,
Que a multidão com elas se igualavam.”
Fernando Pessoa retoma a fusão das lágrimas com as águas do mar, comunhão mais que perfeita da aventura portuguesa. Como nos outros poemas desta obra, o autor recorre a arcaísmos gráficos, como forma de remissão a um passado longínquo (portuguez, lagrimas, resaram, quere, abysmo, nelle).
Na primeira estrofe do poema, o mar aparece como vocativo, considerado como entidade superior, divina, mitificada (dessas entidades superiores que se alimentam de sangue, da dor, do sacrifício humano). As frases exclamativas realçam o sofrimento causado pela sua conquista, sintetizado pelas lágrimas que, de tão numerosas, colaboraram para torná-lo salgado (conceito hiperbólico). Repare que o eu lírico se manifesta de forma coletiva: “ Por te cruzarmos, quantas mães choraram”. A forma verbal de primeira pessoa do plural (“cruzarmos”) traz implícito o sujeito nós, que expressa a ideia de uma voz coletiva, isto é, de todo o Povo português a lamentar o alto preço pago.
A vocação náutica dos portugueses e os grandes descobrimentos do passado tornaram o tema do mar bastante frequente na Literatura Portuguesa de todos os tempos. Fernando Pessoa, em “Mar portuguez”, focaliza o custo que a aventura marítima representou em termos de vidas humanas e sofrimentos ao povo de seu país (representado pelo choro das mães, a prece dos filhos e a privação das noivas). O possessivo nosso do verso 6 não deixa dúvida de que Portugal adquiriu efetivamente a conquista desejada: o mar.
A segunda estrofe, no entanto, o eu lírico justifica o empreendimento e o esforço supremo: “Quem quere (quer) passar além do Bojador/Tem que passar além da dor”. Para os portugueses, a glória era simbolizada pela superação dos perigos do mar, constante duelo com a morte. O Bojador é um cabo localizado na costa oeste da África, na altura das ilhas Canárias (pouco ao norte do Trópico de Câncer). No início das grandes Navegações, era o limite conhecido do território africano. Portanto, “passar além do Bojador” significa entrar no desconhecido, enfrentar “perigos e abismos”.
E nesse contexto, “ tudo vale a pena” quando se alcança um desígnio maior, destinado pela nobreza da alma não pequena( de inspirações ilimitadas), pois se o mar é perigoso, na mesma medida, é o espelho da grandeza e da sublimidade, já que é nele que se reflete o céu. Ao Ideal expansionista do século XVI, com suas conquistas materiais e suas glórias terrenas, Pessoa opõe outro Ideal: um “Mar portuguez” mítico, metafísico, espiritual: conquistá-lo significa optar pela aventura e pelo sonho, engrandecer a pátria e a humanidade com a força da “Grande Poesia”, portuguesa e ao mesmo tempo universal.
Na primeira estrofe do poema, o mar aparece como vocativo, considerado como entidade superior, divina, mitificada (dessas entidades superiores que se alimentam de sangue, da dor, do sacrifício humano). As frases exclamativas realçam o sofrimento causado pela sua conquista, sintetizado pelas lágrimas que, de tão numerosas, colaboraram para torná-lo salgado (conceito hiperbólico). Repare que o eu lírico se manifesta de forma coletiva: “ Por te cruzarmos, quantas mães choraram”. A forma verbal de primeira pessoa do plural (“cruzarmos”) traz implícito o sujeito nós, que expressa a ideia de uma voz coletiva, isto é, de todo o Povo português a lamentar o alto preço pago.
A vocação náutica dos portugueses e os grandes descobrimentos do passado tornaram o tema do mar bastante frequente na Literatura Portuguesa de todos os tempos. Fernando Pessoa, em “Mar portuguez”, focaliza o custo que a aventura marítima representou em termos de vidas humanas e sofrimentos ao povo de seu país (representado pelo choro das mães, a prece dos filhos e a privação das noivas). O possessivo nosso do verso 6 não deixa dúvida de que Portugal adquiriu efetivamente a conquista desejada: o mar.
A segunda estrofe, no entanto, o eu lírico justifica o empreendimento e o esforço supremo: “Quem quere (quer) passar além do Bojador/Tem que passar além da dor”. Para os portugueses, a glória era simbolizada pela superação dos perigos do mar, constante duelo com a morte. O Bojador é um cabo localizado na costa oeste da África, na altura das ilhas Canárias (pouco ao norte do Trópico de Câncer). No início das grandes Navegações, era o limite conhecido do território africano. Portanto, “passar além do Bojador” significa entrar no desconhecido, enfrentar “perigos e abismos”.
E nesse contexto, “ tudo vale a pena” quando se alcança um desígnio maior, destinado pela nobreza da alma não pequena( de inspirações ilimitadas), pois se o mar é perigoso, na mesma medida, é o espelho da grandeza e da sublimidade, já que é nele que se reflete o céu. Ao Ideal expansionista do século XVI, com suas conquistas materiais e suas glórias terrenas, Pessoa opõe outro Ideal: um “Mar portuguez” mítico, metafísico, espiritual: conquistá-lo significa optar pela aventura e pelo sonho, engrandecer a pátria e a humanidade com a força da “Grande Poesia”, portuguesa e ao mesmo tempo universal.
Professor Nelson,
ResponderExcluirFernando Pessoa e Camões, Portugal e as grandes navegações marítimas, a epopeia portuguesa de avançar além do Bojador e a criação da Grande Poesia em períodos distintos, o neoclássico do século XVI e o modernismo do século XX, conjugam-se em sua análise litetária em direção à grandiosidade: o feito português nos mares.
E você nos conduz ao intento de Fernando Pessoa do olhar além: além do Mar Portuguez e do sal das lágrimas de Portugal.
À mente e ao sentir contemporâneos restaria um imenso hiato entre os mares navegados e o sal de suas lágrimas sem a poesia de Camões e de Fernando Pessoa. Como sentiríamos e pensaríamos (o que em mim sente'stá pensando) a dor das mães e filhos, das noivas "que ficaram por casar"? Como tirar o luto das mulheres portuguesas e seu "choro piedoso" que se eternizariam pelos séculos?
Como você relê, "as lágrimas eram tantas que se igualavam em quantidade aos grãos de areia".
Mas, ó, passaram além do Bojador e além da dor porque à alma que vai além, Deus não a vê pequena e lhe consola com a miragem do céu espelhado no mar, apesar do perigo e do abismo. E o que veem no céu refletido no mar é a grandeza da própria alma.
Por isso, valeu a pena!
E, vale a pena, Professor Nelson, navegarmos nas velas da Grande Poesia, imortalizar seus poetas em nossas navegações pós-modernas. Vale a pena sentirmos e repensarmos palavras e sentimentos de "lucidez e vidência" como as de Fernando Pessoa para abrirmos clareiras na floresta escura da nossa alma, que, com certeza, num certo atrevimento ouso sentir, também não é pequena.
Parabéns, Professor, mais uma vez! Seu blog é muito inspirador!
Regina Gaiotto - Tietê/SP
Hola Nelson que interesante todo lo que nos ofreces. gracias te felicito por tan bello blog.
ResponderExcluirun beso grande.
. * . + . * . * . * . * .
* . _/\_ * + . . *. *. *. * .
. * ), "( + * *˜*•. ˜*•. •*˜ . •*˜
˜*•. ˜”*°•. ˜”*°•. •°*”˜. •°*”˜ . •*˜
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_. •*˜ . •°*”˜. •°*”˜”*°•. ˜”*°•. ˜*•
____. •*˜ . •*˜*•. ˜*•.
_________. •˜•.Lluviaenelsilenciodelanoche
Hola Profesor Nelson!!
ResponderExcluirQueria felicitarte por tu maravilloso trabajo y por tu precioso blog. Me ha fascinado y tus ideas son buenas.
Espero que sigas persiguiendo tus sueños.
Con amor,
Cris.
me gusta tu blog y te sigo, pasate por el mio y sigueme
ResponderExcluirSusana
http://areumetal.blogspot.com/
Muy bonito el blog,y se nota que le gusta a mucha gente,cuantos seguidores!
ResponderExcluirMe gustaria que visitaras,mi blog y si te apetece seguirme me encantaría.
http://www.labibliotecaliteraria.blogspot.com
Every sunrise gives way to a sunset
ResponderExcluirevery day gives way to night
every week gives way to a weekend
there goes the endless cycle of time...
may joy, laughter & love color your
forthcoming journey...wish you a lovely
night & weekend ahead my friend take care :)
Fernando Pessoa é ótimo!
ResponderExcluirSigo seu blog.
Samuel
Fernando Pessoa é sempre Fernando Pessoa...
ResponderExcluirSimplesmente incrível!
Parabéns pelo blog.
Abraços.
Me arrependo por não ter conhecido o seu blog antes, com certeza iria me ajudar muito nos tempos da escola.
ResponderExcluirnice blog + greetz from germany ;D
ResponderExcluir- - -
WWW.CHIQ21.BLOGSPOT.COM
Your Blog is Amazing :)
ResponderExcluiri Like this. i follow him <:
xoxo ♥
http://lovelikeafeather.blogspot.com
Que maravilloso, de cultivar y dar a conocer a fondo a este gran poeta, felicitaciones!
ResponderExcluirHola Nel:
ResponderExcluirPrimero, gracias por visitar mi Blog, encantada de recibirte en casa y muchas gracias por tu mensaje.
Estoy visitando tu Blog y estoy maravillada con tu trabajo, seré una asidua seguidora tuya, sigue adelante amigo.
Mau
http://kioskodemau.blogspot.com
Me ha encantado el poema de Pessoa, esa fina sensibilidad para expresar el dolor de la separacion y de la soledad y el amor al país de origen.
ResponderExcluirEl blogs esta bellamente diagramado, exitos.
MUCHAS GRACIAS POR COMPARTIR TAN INTERESANTE POST. UN GUSTO VISITAR SU ESPACIO.
ResponderExcluirUN ABRAZO
¡Lástima que también los mares, tan anchurosos, necesiten dueños
ResponderExcluirque los hagan propios!
¡Oh, de la mar océana,
tanta sal,
tanto ensueño,
tanta calma...!!!
PiiMª Pilar
Beautiful post and beautiful blog!
ResponderExcluirNice to meet you here!
Greetings from Greece..
Muy bellos trabajos, de gran reflexión...Excelente blog, un placer recorrerlo.
ResponderExcluirSaludos afectuosos...
Raquel Luisa Teppich
Bello tu blog, fue un placer leerte. Interesante todo lo que publicas sobre el gran Poeta Pessoa. Besos, cuidate.
ResponderExcluirEste sí es realmente un buen blog. Estoy impresionada. Me parece bellísimo. Sin duda lo seguiré porque me ha encantado. Un fuerte abrazo.
ResponderExcluirhola, me encanta el portugues... aunque entiendo muy poco.
ResponderExcluirte mando un saludos enorme
Maru
Olá meu amigo..Muito obrigado..!! Saudações da Grécia..
ResponderExcluiram sending you a rainbow of joy, care & love to color your day & night...dazzling sun rays to light your
ResponderExcluirpath...soft moon rays for peace & rest...and a bouquet of breeze to sweep away worries for
better days & nights...my wish for you for the new week ahead...have a pleasant Sunday evening my friend
take care ;)
"El otoño que tengo es el que he perdido".
ResponderExcluirAdoro a Pessoa.
Te sigo!!
;)
Bonito blog. Saludos desde Cuba,
ResponderExcluirZenia
imaginados.blogia.com
Gracias por interesarte en temas relativos a mi país, tu blog tiene muy buenas imágenes, para su contenido le pediré a la tecnología que me lo traduzca.
ResponderExcluirDaniel de Asuntos Mineros y de La pupila insomne
Hola Nelson, te felicito por tu bello espacio! Es un hermoso bosque donde podemos transitar los senderos de la poesía, posarnos como mariposas y disfrutar en plenitud del legado que los grandes maestros de la palabra y la sensibilidad nos han obsequiado.
ResponderExcluirUn cálido saludo
Obrigada por tu comentario!:)
Patrice A. Blanco
patriceab@gmail.com
http://www.petalosdeluzparati.blogspot.com/
Gracias!!!por comentar sobre mi blog,me hace mucha ilusión su comentario,Nelson; sobre todo porque veo que es ud un gran profesor,y yo estoy comenzando a editar mi blog,me dedico a la decoración de interiores y estoy encantando de,haber conocido su blog para enriquecerme de su cultura....Muchas gracias maestro.
ResponderExcluirInteresante blog.
ResponderExcluirSaludos
Olá! Eu ainda estou a aprender o português e a literatura brasileira e portuguesa, moro no Brasil faz apenas dois anos e fico feliz quando tenho oportunidade de conhecer melhor tudo que se relaciona com a cultura brasileira.
ResponderExcluirAgradeço sua visita ao meu Blog "Um dia e dois dias" e aguardo sua visita em breve.
Te desejo a Paz e "que seus dias sejam doces como o mel"
Com carinho,
Adelle 'Isha Shiri'
very nice blog
ResponderExcluirHola de buenas noches...
ResponderExcluirPasaba por estos lares y entre a saludarte y leerte, ha sido un placer descansar un ratito en tu bello rincón..
Gracias por tus palabras en mi pequeño rincón
Saludos de bellos sueños
Muy interesante, felicidades Nel.
ResponderExcluirUn cordial saludo.
Gabriel.
hola Nelson,
ResponderExcluirpaso a saludarte y desearle a todas las mujeres que te rodean en tu hogar y te visitan en tu blog y a todas las mjeres que conoces, un feliz día de la mujer!
un fuerte abrazo^^
Hola vengo a darte un beso.. y un abrazo y desearte lo mejor. tambien admiro tu capacidad intelectual de plasmar tanta hermosura en letra la cual me alimenta y me hace regresar..
ResponderExcluirun abrazote...
besos..
Me ha parecido muy interesante.
ResponderExcluirUn beso.
EXCELENTE TUS PUBLICACIONES!!! Beso
ResponderExcluirHola Nel¡¡¡gracias por el comentario en mi blog,en el blog de Fernando y Cristina;espero eso de que me sigas visitando,al igual que nosotros el suyo,aunque tengo que decirle que nos quedamos impresionados,de ver tanta gente que le sigue,le vuelvo a repetir que estamos encantados de que ud,esté en contacto con nosotros; encantados de coincidir en esta vida Nel¡¡¡,le dejo un poema de un poeta Andaluz Manuel Machado,espero que le guste,un saludo Nel... desde Málaga,mis mejores deseos para ud.
ResponderExcluirEl jardín negro
Es noche. La inmensa
palabra es silencio...
Hay entre los árboles
un grave misterio...
El sonido duerme,
el color se ha muerto.
La fuente está loca,
y mudo está el eco.
¿Te acuerdas?... En vano
quisimos saberlo...
¡Qué raro! ¡Qué oscuro!
¡Aún crispa mis nervios,
pasando ahora mismo
tan sólo el recuerdo,
como si rozado
me hubiera un momento
el ala peluda
de horrible murciélago!...
Ven, ¡mi amada! Inclina
tu frente en mi pecho;
cerremos los ojos;
no oigamos, callemos...
¡Como dos chiquillos
que tiemblan de miedo!
La luna aparece,
las nubes rompiendo...
La luna y la estatua
se dan un gran beso.
adoro fernando pessoa, o primeiro poema é um dos mas tocantes
ResponderExcluirfernando pessoa adoroo demais, boa escrita...bj
ResponderExcluirTudo vale a pena, porque a vida é imensa se alma assim também for, vale viver intensamente a dor se seu caminho for de encontro ao amor. Passando pra te desejar um lindo fim de semana, Nelson. abraço.
ResponderExcluir