Merci d'etre parmis nous*Thank you for being among us* Gracias por estar entre nosotros*Obrigado por estar entre nós* Grazie per essere in mezzo a noi* Danke, dass Sie bei uns* Спасибо за то, что среди нас*Terima kasih kerana menjadi antara kita*私たちの間にいてくれてありがとう* شكرا لك لأنك بيننا

segunda-feira, 28 de março de 2016

Sermão de Santo Antônio aos Peixes - Padre Antônio Vieira



Neste sermão, Vieira utiliza seu poder argumentativo para tratar da tarefa do pregador em uma terra corrompida.

Fragmento...

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!

Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. «Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.» Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário.
Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga.

Atividades propostas

1- Nesse sermão, os pregadores são comparados ao sal da terra. Qual é, segundo o texto, a função daquele que prega?
a) Vieira inicia o sermão com a fala de Cristo aos pregadores para fazer um questionamento aos seus ouvintes. Qual é ele?
b) Explique por que esse questionamento é, na verdade, uma estratégia para iniciar o raciocínio que será apresentado ao longo do texto.

2 – Releia

“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar.”

a) A partir desse trecho, Vieira levanta hipóteses sobre os motivos pelos quais a pregação não consegue eliminar a corrupção. Quais são os motivos por ele apontados?
b) Segundo o texto, que razões têm os fiéis para não acatarem as palavras dos pregadores?
c) De que recurso estilístico Vieira se vale para construir  a sua argumentação? Explique.
d) Explique de que maneira esse recurso contribui para que a argumentação seja eficaz e convença os leitores.

3 – Qual é a conclusão que Vieira chega sobre o pregador?

4 – Você acha que as colocações feitas por Vieira permanecem válidas até hoje? Nos dias atuais, ainda é possível identificar “o sal que não salga” e “a terra que não se deixa salgar”? Explique.




Nenhum comentário:

Postar um comentário