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domingo, 11 de julho de 2010

O Arcadismo e as características da linguagem árcade

Podemos entender o Arcadismo ou Neoclassicismo como o lado artístico da postura mental do século XVIII. Este é o chamado Século das Luzes, na medida exata em que se opõe a um certo obscurantismo do século anterior e propaga a ciência, o saber e o progresso: Iluminismo, Ilustração, Enciclopedismo. Surge a crença de que o bem-estar coletivo só pode advir da razão. O ápice deste movimento progressista coincide com a Revolução Industrial e com a consequente urbanização nas áreas mais desenvolvidas. Semelhante avanço tecnológico decorre de um apego às coisas práticas da vida, o que facilmente se explica como retomada do espírito desbravador do Renascimento do século XVI.


O termo Arcadismo deriva de Arcádia, região da antiga Grécia, localizada na parte central do Peloponeso. De relevo montanhoso, a Arcádia era habitada por pastores. Desde a Antiguidade, foi associada a uma região mítica, cujos habitantes entremeavam trabalho com poesia, cantando o paraíso rústico em que viviam como a terra da inocência e da felicidade. Um dos seus montes, o Mênalo, era celebrado pelos poetas por ser consagrado a Apolo, deus da inspiração e condutor das musas.


Na Renascença, a palavra Arcádia assumiu a conotação de um lugar ideal para se viver, sinônimo de equilíbrio e serenidade de espírito. Adquiriu também certa tonalidade sensual: pastores e pastoras vivendo amores espontâneos, junto a uma natureza amena e acolhedora. Essas imagens de bonança sentimental vêm sugeridas no romance pastoril Arcadia (1504), escrito em verso e prosa pelo italiano Sannazaro (1436 – 1530).


No século XVIII, Arcádia passa a designar agremiações de poetas, que se reuniam regularmente, visando restaurar a sobriedade dos poetas clássico-renascentistas. Essas sociedades literárias unificaram-se em torno de um princípio básico: fazer a poesia voltar ao equilíbrio das regras clássicas. Daí a expressão Neoclassicismo ser muitas vezes veiculada como sinônimo de Arcadismo. É, mais propriamente, uma tendência que procurou reabilitar gêneros, formas e técnicas da expressão clássica, especialmente aquelas que tinham sido desenvolvidas no século XVI.


O Arcadismo consistiu num movimento de reação ao exagero barroco, que havia alcançado um ponto de saturação. Racionalmente, influenciados pelas ideias iluministas francesas, os poetas buscavam retornar a simplicidade e resgatar alguns princípios da Antiguidade, por considerarem ter sido esse o período de maior equilíbrio e pureza.


A linguagem árcade difere bastante da do Barroco tanto ao nível formal quanto ao nível de conteúdo. A simplicidade e a objetividade da linguagem árcade traduzem o racionalismo burguês que se manifesta tanto na literatura quanto na filosofia e na ciência da época.


Influenciados por certos ideais artísticos do poeta latino Horácio, os árcades valorizam a vida campestre, o bucolismo, colocando-se na posição de pastores que celebram a poesia, a música, a vida natural e o amor.


Considerando-se que os poetas árcades eram, na maioria, homens letrados, pode parecer estranha a simulação pastoral. É que, primeiramente, o Arcadismo é uma arte convencional, baseada na imitação dos clássicos. Imitando certos temas e personagens antigos, o poeta árcade não só garante reconhecimento de qualidade de suas obras perante o público como também despersonaliza o lirismo; ou seja, nunca é o próprio poeta quem exprime seus sentimentos diretamente, mas um pastor, que trata temas genéricos e universais.


Além desse aspecto, há de se considerar o significado social dessas atitudes de simplicidade da burguesia árcade: a contestação política. Propondo um ideal de vida baseado em valores como simplicidade, vida campestre e humildade, o Arcadismo combate não apenas o Barroco mas também a aristocracia do Antigo Regime e o seu modo abastado e exuberante de vida.


Características da linguagem arcádica:


Mimetismo

É a palavra associada à mimesis, que significa imitação. O mimetismo implica o processo de criação submetido às regras estabelecidas pelos antigos. Os árcades propunham um retorno aos moldes clássicos renascentistas (Petrarca, Camões etc.) e greco-latinos (Homero, Virgílio, Ovídio e outros), porque neles encontravam um modelo de simplicidade, a imaginação equilibrada pela razão e a obediência a gêneros e formas literárias tradicionais. Os clássicos eram o ´´freio`` moderador das emoções, impedindo os excessos. Daí resulta também:


a) a presença da mitologia

Com a revalorização da cultura clássica greco-latina, a poesia árcade recupera, como suporte principal, a recorrência mitológica ´´pagã``:


´´ Vênus, Palas e as filhas da Memória

deixando os grandes templos esquecidos,

não se lembram de altares nem de glória. ``

(Alvarenga Peixoto)


b) a linguagem simples de vocabulário fácil

Períodos curtos, onde a comparação predomina sobre a metáfora, o que revela reação à retórica barroca. Inutilia truncat (cortar o que é inútil) era um lema arcádico. A poesia árcade é marcada pelo predomínio da rima discreta e da contenção imagística ( moderação no emprego de figuras de linguagens); pela recusa à gratuidade dos jogos de palavras, pelo emprego de um vocabulário simples e ´´digno``; enfim, por uma atitude poética francamente antibarroquista, no sentido de que o próprio termo ´´barroco`` chega a ser, na época, sinônimo de ´´mau gosto``:


´´Alguém há de cuidar que a frase inchada

Daquela, que lá se usa entre essa gente,

que julga que diz muito, e não diz nada.

O nosso humilde gênio não consente,

Que outra coisa se diga mais, que aquilo,

Que só convém ao espírito inocente.

.........................................................


Se Alcino tem lá feito o seu estudo

Nesses versos, que traz nós cá cantemos

Ao nosso modo; inda que seja rudo.

(Claudio Manuel da Costa – Égloga III – Albano)


Bucolismo

Segundo os árcades, a pureza, a beleza e a espiritualidade residem na natureza. O homem natural, idealizado por Rousseau no mito do ´´bom selvagem``, é a síntese de espontaneidade e simplicidade. O crescimento das cidades conduz à valorização do campo e do preceito horaciano do fugere urbem (fugir da cidade). O campo é considerado uma espécie de paraíso perdido, sobretudo pelo homem europeu que estranhava a movimentação das cidades, atribuladas pela expansão da Revolução Industrial. Daí a preferência por temas pastoris e pelas cenas da vida campestre:


´´Aquele adore as roupas de alto preço,

um siga a ostentação, outro a vaidade;

todos se enganam com igual excesso.

Eu não chamo a isto já felicidade;

ao campo me recolho, e reconheço

que não há maior bem que a soledade. ``

(Cláudio Manuel da Costa)


´´Sobre a relva o sol doirado

bebe as lágrimas da Aurora,

e suave os dons da Flora

neste prado vê brotar. ``

(Silva Alvarenga)


É a procura do lócus amoenus, o refúgio ameno, calmo, em oposição aos corrompidos centros urbanos monárquicos; a luta do burguês culto contra a aristocracia se manifesta na busca da natureza. Cumpre salientar que esse objetivo configurava apenas um estado de espírito, uma posição política e ideológica, uma vez que todos os árcades viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, lá tinham seus interesses econômicos. Isso justifica falar-se em fingimento poético no Arcadismo, fato que transparece no uso de pseudônimos pastoris.


Pseudônimos pastoris

Fingir que eram pastores foi a saída encontrada pelos árcades para realizar (na imaginação) o ideal da mediocridade dourada (aurea mediocritas), ou seja, a louvação à vida equilibrada, espontânea, pobre, em contato com a natureza. Poetas e as musas inspiradoras são disfarçados por pseudônimos. Assim, são muitos os Sadinos, Trajanos, bem como Nises, Gertrúrias, Eulinas. Encontramos, inclusive, os mesmos pseudônimos para poetas diferentes, como é o caso de Bocage e Tomás Antônio Gonzaga, cada qual com sua Marília.


Racionalismo

Preocupação com a Verdade e o Real. Segundo os árcades, só é belo o que é racional. Pregava-se, portanto, o equilíbrio entre a razão e o sentimento, dando-se ênfase à poesia filosófica e didática, aos tratados, aos ensaios, à epopéia, à sátira, ao teatro e à crítica:


´´Não cedas, coração, pois nesta empresa

o brio só domina; o cego mando

do ingrato Amor seguir não deves, quando

já não podes amar sem vil baixeza. ``

(Alvarenga Peixoto)


Convencionalismo

Repetição e consequente desgaste de temas muito explorados. Utilização de lugares-comuns: ´´ovelhas``, ´´pastores``, ´´montes``, ´´claras fontes``etc.


´´Ver as longas campinas retalhadas,

De trêmulos ribeiros; claras fontes,

E lagos cristalinos, onde molha

As leves asas do lascivo vento. ``

(Basílio da Gama)


Idealização do amor e da mulher

O amor é fonte de prazer, tranquilo e não-passional:


´´Iras a divertir-te na floresta,

sustentada, Marília, no meu braço;

aqui descansarei a quente sesta,

dormindo um leve sono em teu regaço;

enquanto a luta jogam os pastores,

e emparelhados correm nas campinas,

toucarei os teus cabelos de boninas,

nos troncos gravarei os teus louvores.

(Tomás Antônio Gonzaga)


Carpe diem

Um dos maiores influenciadores do pensamento e das atitudes do Arcadismo foi Horácio, poeta latino que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C. O carpe diem horaciano consiste em gozar o dia, viver o presente, e foi uma postura comumente assumida durante o Arcadismo. Sua filosofia é aproveitar o máximo o momento presente, pois o tempo corre célere. Tema retomado do Barroco, sem as inquietações religiosas. Faz parte do convite amoroso:


´´Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,

Gozemos do prazer de sãos Amores.

Sobre nossas cabeças,

Sem que o possam deter, o tempo corre;

E para nós o tempo, que passa,

Também, Marília, morre. ``

(Tomás Antônio Gonzaga)


Academicismo

Desenvolve-se o hábito de as criações literárias serem feitas para grupos. Os autores formavam as chamadas arcádias, ou academias, com estatutos e hierarquia interna; reuniam-se periodicamente para apreciar os próprios trabalhos, discuti-los e criticá-los. Busca-se o equilíbrio entre razão e fantasia, através de uma disciplina literária a ser estabelecida e seguida por seus membros.


Universalidade

O poeta árcade escolhe como tema situações que sirvam para ilustrar ocorrências comuns à maioria dos homens, não se prendendo a dramas individuais. É o desejo de dar à literatura uma função social, de caráter didático e doutrinário. A literatura deve ser acessível a todos.


Exaltação da natureza

Nos textos árcades, a natureza é retratada de maneira mais serena, mais tranquila, em oposição ao dinamismo da natureza focalizada pelos barrocos:


´´Ouvem-se as avezinhas junto a fonte

Saudando a manhã com voz sonora. ``

(Santa Rita Durão)


Didatismo

Corresponde à função atribuída à literatura. De acordo com Horácio, a arte deve ser ´´útil e doce ``. Isso implica atribuir ao artista uma função educativa e moralizante.


Preceptismo

Significa culto aos preceitos, das regras fixas de criação. As formas são reguladas pela tradição e criticadas nas reuniões das arcádias. Opera-se uma verdadeira despersonalização, pois as próprias imagens são calcadas nos clássicos anteriores.


Ideias iluministas

Como expressão artística da burguesia, o Arcadismo veicula também certos ideais políticos e ideológicos dessa classe, formulados pelo Iluminismo, movimento filosófico construído por pensadores que defendiam o uso da razão, em contraposição à fé cristã, e combatiam o Absolutismo. Embora não tenham sido o centro temático da produção da maioria dos poetas árcades, ideias de liberdade, justiça e igualdade estão presentes em alguns textos da época:


´´O ser herói, Marília, não consiste

Em queimar os impérios: move a guerra,

Espalha o sangue humano,

E despovoa a terra

Também o mau tirano.

Consiste o ser herói em viver justo:

E tanto pode ser herói o pobre,

Como o maior augusto. ``

(Tomás Antônio Gonzaga)


Aurea mediocritas

Também por influência de Horácio, a áurea mediocritas (mediocridade dourada; vida medíocre materialmente, mas rica em realizações espirituais) consiste na exaltação do meio-termo, da simplicidade. É a idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e triste na cidade. Essa posição de eqüidistância entre dois pólos opostos era alcançada vivendo-se em contato com a natureza:


´´Se não tivermos lãs e peles finas,

podem mui bem cobrir as carnes nossas

as peles dos cordeiros mal curtidas,

e os panos feitos com as lãs mais grossas.

Mas ao menos será o teu vestido

por mãos de amor, por minhas mãos cosido. ``


Nestes versos de Tomás Antônio Gonzaga, por exemplo, são exaltados o trabalho manual e o sentimento, em oposição ao artificialismo e às facilidades da vida urbana.


Descritivismo

Corresponde à necessidade pictórica que os árcades alimentam com relação à natureza e ao mundo físico, em geral:


´´As paredes da sala, aonde habita

Adorne a seda, e o tremo dourado;

Pendam largas cortinas, penda o lustre

Do teto apainelado.

Tu não habitarás palácios grandes,

Nem andarás nos coches voadores;

Porém terás um Vate, que te preze,

Que cante os teus louvores.

(Tomás Antônio Gonzaga)


Esse retorno à cultura clássica não correspondeu a uma obra poética expressiva. Ao contrário: de um modo geral, a poesia árcade é insípida. A obrigação de restaurar os modelos clássicos e renascentistas, a necessidade da postura antibarroca, a criação de uma atmosfera bucólica-pastoril e a instrumentalização da literatura como meio ´´didático`` de divulgação das novas ideias, tudo isso contribuiu para uma realização demasiadamente artificial. Uma poesia de clichê, de lugar-comum, de estereótipo, de frase-feita. Cercada por regras, normas e modelos demasiado rígidos, a poesia tornou-se insípida, uniformizada, sem imaginação e sensibilidade.


O melhor do que foi escrito neste tempo, tanto em Portugal, com Bocage, como no Brasil, com Gonzaga, é de outras vozes emergentes: vozes de intensidade emocional, de imaginação criativa, que anunciaram o Romantismo.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Soneto LXII - Cláudio Manuel da Costa




Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.

Vocabulário
Outeiro: colina.
Gabões: casaco com capuz e mangas longas.
Desatino: sonho, loucura, ilusão.
Choupana: casa humilde, de sapé.

Cláudio Manuel da Costa escreveu numerosas obras e dentre elas estão: “Munúsculo Métrico” (romance heróico em versos hendecassílabos); “Labirinto de Amor”, poema; “Obras”, compreendendo romances, sonetos, epicédios, epístolas, etc.; “Vila Rica”, poema oferecido ao conde de Borbadela; “Memória História Geográfica da Descoberta das Minas”; “Saudação à Arcádia Ultramarina” etc.

Dentro da literatura, Glauceste (pseudônimo árcade) é um poeta barroco em transição para a simplicidade do Arcadismo. Ele próprio sentiu na sua obra, as tendências para o sublime e os seus desejos de um estilo simples e pastoril. Preso aos valores e às emoções de sua terra, se diferencia um pouco dos seus pares por trazer, na sua imaginação, vivências profundas da infância, transformando inconscientemente o cenário da paisagem natural em estado de sensibilidade.

Comentários sobre o poema

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Cláudio Manuel da Costa explora em seu soneto (versos decassílabos, com esquema rímico regular ABBA ABBA CDC DCD) uma das constantes características do Arcadismo, estilo literário que seu nome está associado: trata-se do fugerem urbem (fuga da cidade) com a consequente apologia dos valores campestres. Ao ver a bela paisagem natural de Vila Rica (Ouro Preto) — suas montanhas, principalmente — o poeta tinha certeza de que não precisava se inspirar na Arcádia grega, pois estava diante de uma natureza igualmente bela e rica.
O eu lírico, ciente das transformações do presente, dirige-se ao seu interlocutor (´´Torno a ver-vos, ó montes; o destino``), o que fica evidente na substituição do elemento da natureza pelo pronome ´´vos``, na 2ª pessoa do plural, e pelo uso do vocativo (ó montes). O eixo temático do poema é apresentado logo na 1ª estrofe, com a oposição entre o refinamento da Corte (com seu traje ´´rico`` e ´´fino``) e a rusticidade da Colônia (´´gabões``).
Seus poemas árcades bucólicos têm a marca da comparação campo/cidade, sempre mostrando a superioridade do espaço natural em relação ao espaço urbano, inclusive em relação aos habitantes de um e de outro espaço. A integração na comunidade (o trabalho árduo dos vaqueiros) e a volta para os velhos companheiros (companhia fiel) caracterizam a 2ª estrofe. Uma das atitudes comuns à linguagem árcade é referência a elementos da cultura clássica, gregos ou latinos. A utilização de pseudônimos gregos ´´Almendro`` e ´´Corino`` (pastores gregos) são adaptados à paisagem mineira.
Na 3ª estrofe, o eu lírico, adotando a perspectiva de um pastor, contrapõe os valores da natureza aos do mundo urbano. Com isso, o ideal de simplicidade é apresentado, ou seja, a vida real está no ambiente campestre, e não na civilização.
O espaço rural é sinônimo de tranquilidade, de equilíbrio e de alegria (realidade bela, idealizada). Na cidade sentia-se infeliz, o que é comprovado pela expressão ´´em pranto``(4ª estrofe). Além disso, critica a futilidade dos valores da vida urbana: ´´a louca fantasia``, ´´mais valia/ Que da cidade o lisonjeiro encanto`` (observe que no verso acontece uma anástrofe, que significa mudança de posição, inversão da ordem normal dos elementos próximos na frase).
A dicotomia entre a cidade e o campo, temática árcade, é similar à oposição feita por Cláudio Manuel da Costa entre a Metrópole e a Colônia. O poeta viveu em Portugal na civilidade e quando retorna ao Brasil depara-se novamente com a rusticidade dos “montes” e “outeiros``.